Estrela do verão da Vila Romana, Victor Collor é filho de Maria Thereza Collor de Mello e de Pedro Collor de Mello. Não fala de política de jeito nenhum. Educado num internato na Suiça, é fã de James Bond e de Hemingway. Tem duas paixões: fotografar minorias étnicas e a namorada Daiane Conterato. 

 
victor

Heloisa Marra: Como vê o homem contemporâneo?
Victor Collor: Acredito muito na ideia de que temos que encontrar o que amamos para nunca mais ter que trabalhar. A ideia de que o trabalho e sua vida caminhem juntos, é genial. O homem contemporâneo é um cara que está ligado no que acontece no mundo, que vai desde a geopolítica à arte, envolvendo cinema, moda e tudo que permeia esse universo. Saber se portar em qualquer situação é um prato cheio para fazer amizades e fazer conexões, seja na sua cidade ou pelo mundo. Assuntos variados são sempre bem vindos. Minha avó Leda, mãe do meu pai, sempre dizia algo que carrego comigo: quem não se interessa, não interessa. 
HM: Qual é sua formação?
VC: Considero formação algo além da faculdade. Se for para colocar na caneta, estamos em constante formação. Fui alfabetizado nos Estados Unidos, com alguns anos em Maceió, cidade onde nasci e logo fui estudar em um internato na Suíça. Esses anos no Velho Mundo fizeram com que eu enxergasse menos fronteiras. Sem dúvida, anos de ouro! Depois disso voltei para o Brasil e caí em São Paulo. Formei-me em publicidade e aos poucos fui fazendo cursos paralelos de fotografia e me apaixonando pela coisa. Trabalhei alguns anos em agências de publicidade até começar a pegar os primeiros trabalhos de fotografia. Muito trabalho e hoje me encontro aqui.

daianeconterato
HM: Como descreveria seu estilo e seu temperamento?
VC: Não sou um cara que goste de rotular estilo, jeito ou qualquer outra coisa. Como seria chamado o estilo clássico de paletó, colete e gravata? Ou a ideia de usar uma camisa jeans e calça jeans com um sapato brogue sem meia? Não acho que seja um estilo definido, mas sim, um punhado de referências que fui adquirindo ao longo da vida, e coloco em prática com o puro intuito de me divertir. Acho que a moda está aí para divertir. Hoje vou assim, amanhã vou de outro jeito. Pura diversão com bom senso!
 
gujaratindia
HM: Ícones?
VC: Sem dúvida meu maior ícone é meu pai, que junto com minha mãe, me passou os ensinamentos de ética e caráter aos longo dos poucos anos que passamos juntos. Falando de estilo, James Bond é um personagem que acompanho há muito anos. Lembro quando meu pai me mostrou "The Living Daylights", o primeiro filme de Timothy Dalton de 1987 e achei demais. Os anos na Suíça também me levaram a gostar mais da série e claro, do lifestyle por trás do agente. Inclusive acho que a receita de sucesso do personagem de Ian Fleming é justamente o fato dele reunir inúmeras características que qualquer homem gostaria de ter. Falando em nomes, Sean Connery como 007, Paul Newman, James Dean e claro, Steve McQueen são sempre ótimas referências.

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HM: Como definiria um cavalheiro?
VC: O cavalheirismo é algo que infelizmente foi saindo de moda. Por que? Eu não sei, mas por aqui ainda tenho esse hábito.
Ser um cavalheiro está nos mínimos detalhes e jeitos. No Ladies first, no abrir uma porta para uma mulher, num sorriso no rosto, no tratar bem as pessoas independente de qualquer coisa, no carinho nas relações e claro, nas inúmeras formas de sempre agradecer. São atitudes que infelizmente ficaram para trás devido à velocidade do nosso tempo.
HM: Livro de cabeceira?
VC: Hoje estou lendo o Volume 1 dos contos de Ernest Hemingway.
HM: Sonho.
VC: Sonhar é sempre preciso, e sou da ideia de que não podemos contar nossos sonhos pois há muito olho gordo por ai. Portanto, mesmo que o sonho esteja quase se concretizando, não conte até que se realize.
HM: Se tivesse que escolher uma trilha sonora para o momento político brasileiro, qual seria?
VC: A de sempre. "Alegria Alegria", de Caetano Veloso

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HM: O que gosta de fotografar?
VC: Minorias étnicas como os índios brasileiros, as tribos da Etiópia e Papua, na Nova Guiné, ou um indiano no estado de Gujarat na Índia. Gosto de fotografar pessoas, estilos de vida e coisas que estão se perdendo com o tempo, como essas minorias étnicas ou coisas de outrora e de verdade que infelizmente não haverá mais no mundo. É quase que uma caça ao tesouro.
vancleef

Além disso, os trabalhos de moda e lifestyle também sempre fazem parte do meu dia a dia, tanto com modelos como com still de produtos em que faço a direção de arte também, como vai estar na revista "GQ" um trabalho que fiz em parceria com a Chivas.”






















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