Eleições, a concorrência da China e tendências. Alexandre Birman, CEO da Arezzo & Co, aproveita o lançamento do verão 2015 para falar sobre as questões do momento. No início de setembro ele lança um novo site de ecommerce e em agosto inaugurou uma fábrica de alta tecnologia dedicada à marca Alexandre Birman, em Campo Bom, no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul. Confira.
Alexandre Birman tem notado uma mudança de hábito de consumo: a preferência pelo estilo flat, mais baixinho."Por isso a Ana Capri está vendendo tanto e crescendo muito. A mulher quer mais praticidade. O tênis também ganhou muita importância no guarda-roupa", diz Alexandre, apontando para o tênis Gucci que está usando e contando que tem cinco modelos diferentes."O tênis muda completamente o estilo, renova o visual".
"Não gosto de logomarca de jeito nenhum"
No estilo pessoal, Alexandre se considera eclético em relação a marcas mas muito minimalista. "Não gosto de logomarca de jeito nenhum. Gosto de azul marinho, cinza e branco. Uso tênis e aderi à mochila, que é o shape do momento para homem. Minha marca preferida é a Bottega", conta.
De olho no trabalho das vendedoras, ele pára um pouco a entrevista para observar que uma cliente entrou na loja e demorou a ser atendida, elogia o visual de uma das vendedoras e continua a conversa entre sandálias gladiadoras de altura regulável, modelos glitter da tradicional birkenstock, bolsas-saco em couro de cobra e saltos sensuais.
Aécio é um gestor
Alexandre vai votar em Aécio Neves e justifica: "sou totalmente partidário do Aécio. Ele é um gestor. Tem a administração e a gestão em primeiro lugar e a política em segundo. O Brasil está precisando de um choque de gestão. Hoje a gestão política do nosso país é maior do que a gestão técnica, de administração das contas públicas, administração dos serviços públicos, das finanças públicas, e por aí vai. O Brasil urge por renovação," observa Alexandre Birman.
"Qualidade do sapato brasileiro é muito melhor do que a da roupa"
No difícil panorama do mercado, reconhece que as semanas de moda perderam a força e afirma que o Brasil precisa de mais investimentos na parte técnica produtiva. "Tem muito desenhador e estilista para pouco técnico. No Rio Grande do Sul existem inúmeros técnicos que fazem o produto", afirma.
Para ele, "a qualidade do sapato brasileiro é muito melhor do que a da roupa. A roupa feita na China é melhor que a do Brasil e o custo nem se fala. E o sapato brasileiro é de altíssima qualidade internacional. A China tirou muito mercado do Brasil na área de sapato também, mas não para vender no Brasil porque para chegar aqui tem um custo e um tempo muito grande", diz.
Mais de 5000 técnicos do Vale dos Sinos foram trabalhar na China
Segundo Alexandre, os chineses pegaram mais de 5000 técnicos das fábricas, no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul. "No final dos anos 90, eles foram para o Sul, levados por um grande empresário gaúcho, agente de produção de calçados na China. E esse empresário fez com que a China fizesse um up grade absurdo na qualidade de seus sapatos", conta.
Ele diz que a evasão de mão-de-obra diminuiu e existe até um movimento ao contrário. "Vários brasileiros cansaram da vida lá, ganharam muito dinheiro e estão voltando. Temos alguns funcionários na nossa empresa que voltaram. A vida lá é ingrata. Já fui a China duas vezes. Lá não tem o que fazer, a poluição é grande, a comida é horrível, é difícil. Ir como turista para Hong Kong, Xangai ou Beijing é uma coisa, morar é outra experiência", afirma o CEO da Arezzo & Co, que incentiva o investimento em mão-de-obra.
A produção da empresa é feita no Vale dos Sinos, em Campo Bom. "Inauguramos, no começo de agosto, em Campo Bom, uma fábrica dedicada à marca Alexandre Birman, de altíssima tecnologia, com os melhores artesãos da região. Ela será um celeiro da formação de talentos na confecção de sapatos e tem parceria com a Feevale, onde existe um curso de formação em técnico em calçados. A mão-de-obra é fundamental para o nosso negócio para que o Rio Grande do Sul continue sendo competitivo no setor calçadista".
Arezzo & Co, segundo Alexandre Birman, tem uma expectativa de crescimento de 10% em relação a 2013. "Estamos investindo no ecommerce e vamos lançar um site novo dia 2 de setembro", diz o CEO, que não acredita no encolhimento das lojas físicas.
Alexandre prevê para esse ano 200% de crescimento no ecommerce da Arezzo & Co
"O ecommerce vai fazer o mercado crescer mais. O virtual vai estimular o físico. Não acho que haverá diminuição no número de lojas físicas apenas uma redução de crescimento. Esse ano pretendemos crescer 200% no ecommerce", afirma Alexandre.
